sábado, 21 de março de 2009

Ronaldo e Nelson Meirelles

Conhecemos o Ronaldo sim. Parece que foi indicação dele a gente tocar no Altas Horas. Vamos checar a fonte.
Alô Concreto de Volta Redonda. Faremos o possível para rever o projeto e tentar levar o Ema, grafiteiro.
Hoje tive a boa experiência de assistir aos shows do Kraftwerk e Radiohead. O do Los Hermanos eu perdi. Tinha que chegar mais cedo. Eu que já me considero cascudão, fiquei feliz de ver uma banda como o Kraftwerk, ter ainda um respaldo enorme com o público. Vocês sabem que eles são os precursores do funk carioca. Já ouvi e curti muito o som deles nos subúrbios do Rio. Papa fina. Hoje, é claro, a coisa toda mudou muito. Mas é bacana como coisas que seriam antagônicas se aproximam. O Radiohead é musicalidade pura. Não tem joguinho de cena apelativo. E os caras tocaram até cansar. Nos dias de hoje é raro ver isso.
Obrigado pelos elogios aos shows e queria agradecer a vendagem de 150 mil do primeiro disco. Era o único que faltava virar disco de ouro, platina, sei lá... Um disco que não tocou nas rádios, mas que tem "Todo Camburão Tem Um Pouco de Navio Negreiro", "Catequeses do Medo", "Brixton, Bronx Ou Baixada", "Take It Easy My Brother Charles" e mais. Esse disco foi mixado em Londres, em Brixton, no estúdio do Linton Kwesi Johnson. Quem quiser checar essa figura, vai se amarrar. Enfim, foi o disco de ouro brindado pelos fãs de verdade, pois, volto a dizer, teve pouca ou nenhuma execução. No sábado pude entregar para o Nelson Meirelles, nosso primeiro baixista, o disco dele. Ele não esperava, pois de lá para cá fazem uns 16 anos. Para vocês terem noção, ele produziu os dois primeiros discos do Cidade Negra, que para mim são os melhores e sem ele provavelmente O Rappa teria passado por um caminho bem mais pedregoso. É isso, a gente sempre depende dos outros mesmo e tem que ter, no mínimo, a hombridade de assumir. Boa semana. A gente se vê em Campos (RJ), em Sampa e Brasília.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Bloco de Concreto

Vamos ver se a gente consegue ir lá na sede de vcs. Vamos continuar nos falando.
Abração

sexta-feira, 6 de março de 2009

Nosso saudoso Obama

Morre Barrosinho da banda Black Rio

Quem não conhece o som da banda Black Rio, não sabe o que está perdendo. E hoje fui surpreendido pela morte do trumpetista fundador, Barosinho.

Morre o trompetista Barrosinho, fundador da Banda Black Rio

José Carlos Barroso, o Barrosinho, lendário trompetista que abrasileirou o jazz e o soul, criador do inconfundível 'Maracatamba' e um dos fundadores da antológica Banda Black Rio, morreu nesta madrugada, aos 65 anos vítima de falência múltipla dos órgãos. O músico estava internado no Hospital Pedro Ernesto, em Vila Isabel, havia 20 dias. O corpo está sendo velado na capela do São João Batista e o sepultamento será hoje mesmo, às 17 horas no mesmo local.

Barrosinho nasceu em Campos e, aos 6 anos, já estudava música por incentivo do pai, o saxofonista Benedito Gomes Barroso. Aos 8 descobriu o trompete. Veio para o Rio de Janeiro no fervilhante início dos anos 60 e tocou nas orquestras de baile e gafieira com Severino Araújo, Maestro Cipó e Paulo Moura. Em seguida, direcionou a boca do seu instrumento para bandas menores e foi ao lado de nomes como Raul de Souza, Sivuca, Robertinho Silva, Oberdan Magalhães e Hermeto Pascoal que ele abriu espaço para o improviso e desenvolveu as artimanhas de solista.

Nos anos 70, convidado por Oberdan, integrou o Grupo Abolição, que era liderado por Dom Salvador. Com a mudança de Salvador para Nova York, Barrosinho criou com o próprio Oberdan e outros instrumentistas talentosos a famosa Banda Black Rio - até hoje uma referência musical porque foi a primeira a abrasileirar o som americano, quando todo mundo fazia o contrário.

Barrosinho tocou e gravou com Maysa, Tim Maia, Gilberto Gil, Raul Seicas, Sandra Sá, João Bosco e muitos outros. Em 1988, lançou seu primeiro álbum solo – 'Maracatamba' - no Festival de Montreaux, na Suiça, só com maracatambas. Nesta década, lançou três discos pela Kalimba, do empresário e amigo Roberto Moura: 'O sopro do espírito' (2001), 'Barrosinho live em Montreaux – 1988 ' (2002) e 'Praça dos Músicos' (2008).

Minha Hóstia

quarta-feira, 4 de março de 2009

Vinil sendo feito

Vocês sabem que o DJ hoje em dia virou músico. Pois é, a gente costuma fazer alguns discos para o cabra usar nos shows, com as coisas que foram inseridas no álbum. Às vezes é uma frase que a gente sampleou de alguém, algo falado interessante, uma batida de samba...Esse trecho filmado foi no processo de manufatura do vinil, lá na Baixada Fluminense ( época do Lado B Lado A). Essa fábrica era uma das únicas ou a única remanescente. O último que fizemos foi do disco Instinto Coletivo. O nosso magnâmio Tom Capone mandou pra gringa a master para fazer os discos (lá a qualidade é bem melhor ). Fico feliz que a fábrica da B.F. tenha sido comprada por um empresário do ramo de gravadora. Só espero que não vire um lobby, pois tem muita gente que ainda curte este formato. Principalmente os DJs. Fui.

Sinfonia inacabada

Cuidado com os cães. Eles tem ouvidos sensíveis. Bom para ouvir de manhã. Podem chamar de Melô do Dentista ou Falta Do Quê Fazer.

terça-feira, 3 de março de 2009

Os projetos


O Fábio Ema vem desenvolvendo um projeto nas comunidades, ensinando grafite à rapaziada. Essa galera q aparece aí é de São Gonçalo. Eles com outros de outras regiões estão fazendo um curso na Fundição Progresso, envolvendo animação. Mais tarde vou dar os detalhes certos da parada que tem vários desdobramentos. A idéia principal é a de sempre. Tirar a molecada da falta de perspectiva e rolar a inclusão social. Não é de hoje que o Ema vem realizando coisas maneiras. Ele não gosta de aparecer, mas eu sou obrigado a divulgar essas estórias, pois O Rappa está diretamente envolvido. Fui hoje lá e fiquei surpreso com a evolução do projeto. Tirei essa foto emprovisada, mas no futuro vou procurar documentar melhor o babado.

Com relação ao Nação e ao Maracatu

No primeiro álbum, estávamos muitos próximos ao pessoal do Nação Zumbi. Quase gravamos com eles a música R.A.M. ( Ritmos, Ações e Manifestos ) do nosso primeiro disco. Eles não puderam fazer, então fizemos com um percussionista brother nosso, Marcos Susano. É uma espécie de homenagem aos caras. Podem checar a batida.

segunda-feira, 2 de março de 2009

PRESTEM ATENÇÃO A ESSA FÃ

Tomei a liberdade de publicar este texto abaixo. Ela perdeu o marido em um assalto há alguns meses.


Para O RAPPA,
O real motivo deste texto é em primeiro lugar demonstrar todo meu carinho e agradecimento por tantos anos fazerem parte da trilha sonora da minha vida e a do meu eterno e grande amor! Sei que não sou a única.
E depois na tentativa de causar e fazer barulho contra toda essa violência que somos obrigados a conviver e aceitar... E perdoar, perdoar, uma pessoa que acaba com a vida de alguém em 1 segundo. Acredito hoje que vocês são os maiores porta-vozes contra tudo isso!
...Principalmente por termos tido a oportunidade de um mês antes de tudo acontecer ir ao show de lançamento do cd novo, no dia seguinte já bombava na casa inteira “7x”.
Foi a trilha sonora da casa nova que tive a oportunidade de morar durante 1 mês!
Não sei se consigo expressar todo meu sentimento em relação as músicas e a banda, mas quero poder dizer que entre milhares de fãs, vocês marcaram uma vida incrível que tive ao lado de quem pra mim foi o melhor homem do mundo, tomamos muitas porradas da vida, superamos preconceitos de todos os lados, e mesmo não tendo o apoio geral de todos nossos familiares, nunca desistimos um do outro, e quando algo ruim acontecia, levantávamos a cabeça e seguíamos em frente.
Falo por mim e por ele, pois sei que onde quer que ele esteja agora, está orgulhoso de saber que eu fui atrás da banda que ele mais curtia na vida e de poder demonstrar o quanto vocês são importantes. Tenho certeza que se hoje ele pudesse dizer alguma coisa seria que vocês são foda!
Agradeço imensamente por existir pessoas que como vocês, vibram nos corações e que dão forças para continuarem a lutar e sobreviver num país como o Brasil, através da música.
Espero que isso chegue às mãos de todos vocês e saibam que só de terem lido o meu texto, pra mim é uma vitória!
Aproveito também para agradecer o Marcos e a Evelyn que desde o início me deram apoio e abriram as portas para que isso fosse possível!
Desejo a todos vocês um ano de muita luz e muita PAZ!
Obrigada!
Abraços,
Deborah Di Cianni



Respeito pela mais bela

Ela se olha no espelho e pensa: “eu estaria melhor se ele estivesse comigo”, mas logo se dá conta de que está atrasada e corre para o carro. Não queria se atrasar. Bem próximo do local do show, ela já ouve algum ruído e seu coração dispara. Mesmo sem identificar a música, é imediatamente invadida por uma boa sensação. Sensação de lar, de reconhecimento. Ainda assim, ela pensa, realmente era melhor não estar sozinha.
O show começa e as pessoas cantam, dançam e se divertem. Ela está sozinha e se sente sozinha. Os primeiros acordes de “7x” aparecem e ela pensa no quanto gostava dele. E no quanto eles gostavam da banda. Pensa no dia que antecedeu tudo o que aconteceu. Nesse dia, no carro, voltando de um dia espetacular na praia, ele a explicava, pacientemente, a letra de “Em busca do Porrão”. Pensa que naquele momento ela poderia (e deveria) ter gritado o quanto o amava. Porém, alguém passa e lhe esbarra, e como que acordada de um sonho, percebe que está ali no show, no meio de muita gente desconhecida. Sozinha.
Ainda sozinha volta a lembrar dele. Lembra do dia que finalmente fizeram a mudança para a casa que agora sim, era deles. Lembra do quanto se abraçaram e comemoraram mais essa vitória. Lembra da sensação de alívio que teve por estar na sua casa com o cara que ela amava, depois de tanta luta. Nessas horas, lembra que ele sempre falava: “a gente já levou muita onda na cabeça, meu amor....agora a gente vai pegar um tubão, você vai ver.”
Infelizmente o sorriso no rosto por lembrar dele já não se sustentava. Ela esquece de onde está, esquece da multidão, esquece de tudo. Só consegue lembrar do dia que tudo aconteceu. Agora o sorriso é choro, é dor. A mesma sensação horrível que a persegue desde então, reaparece. As memórias não são tão lineares, mas aquela sensação....ela consegue lembrar que acordou naquele dia com o toque do telefone. Era ele ordenando que ela acordasse e fosse aproveitar o dia. Fazia sol, depois de muito tempo cinza na nova casinha. Ela obedeceu e foi aproveitar o dia. Realmente o dia estava lindo.
Um pouco depois ele apareceu. Tinha fugido do trabalho, que era perto de casa, para dar um beijo na sua mulher e filha, uma linda cachorrinha de nome Tica. E isso era o que ela mais adorava nele. Espírito livre desse cara, ela pensava. E ele brincava e mergulhava e ria muito. Ela realmente adorava isso nele. Nem estranhou quando ele foi embora sem dar beijo, pois iriam se ver dali a pouco. Pois ele, para brincar, ameaçou que ia embora, voltou, olhou muito pra ela e sorriu. Ela sorriu mais ainda porque ele estava especialmente lindo naquele dia.
No horário combinado, ela ligou no celular dele e não teve resposta. Fez isso durante uma hora. Já bastante ansiosa, continuou tentando no celular, ao mesmo tempo em que ligava para o trabalho dele e até para a família, mas não conseguiu, novamente, falar com ninguém. Depois de 1hora e 41 minutos, uma pessoa identificada como delegado de polícia (e apenas isso), atendeu o celular e disse que estava fazendo uma ocorrência do tal rapaz, dono do tal telefone. Ela, assustada, pediu para falar com o marido, mas ouviu que ele não poderia falar no momento, pois havia sofrido um acidente, sem identificar qual.
Tentando manter o que sobrara de sua calma, correu até o trabalho dele, acreditando que poderia encontrá-lo para esclarecer toda a história. Que acidente? Que acidente? Era nisso e apenas nisso que ela pensava. Mas o que encontrou foi o carro deles, parado, assombrosamente parado ao lado de uma viatura e de um policial nitidamente despreparado para o cargo. Esse policial, ao lado de um maldito cordão de isolamento, e em um súbito esquecimento dos valores humanos, diante de uma menina chorosa e apavorada, apenas sentenciou o inacreditável, em meio a um sorriso medíocre: faleceu.
Seu mundo despencava sem piedade, e ela, segurando o último fio de qualquer racionalidade, não acreditava na história que as pessoas que estavam ali presentes contavam: seu homem (o seu amor, meu Deus) sofreu uma tentativa de assalto e foi baleado covardemente por um cara que estava na garupa de uma moto, que fugiu. O tiro atravessou o seu pulmão e coração. Pulmão e coração. Pulmão. O coração do seu amor. O coração.
E agora esse tiro tinha dilacerado o coração dela também, tinha rompido tudo, acabado com tudo. Agora era o coração dela que sangrava. Como, por favor, alguém explica, ali, no meio do dia, a luz do dia, embaixo do mesmo sol no qual ela tinha visto ele tão lindo se divertindo, bem ali, no mesmo mundo, um cara tinha baleado o seu amor.
Um cara tinha uma arma de fogo no meio do dia. Um cara deu um tiro no seu amor porque ele queria dinheiro, porque ele vive em uma sociedade injusta e impune, porque o seu amor estava ali, debaixo do mesmo sol, no mesmo mundo. Mas agora ele não estava mais ali. Agora ele não está mais ali e não está mais porque existe impunidade, porque existe fácil acesso à criminalidade, a qualquer coisa ilegal, porque as pessoas compram armas para se proteger, do que? E de quem? Começa na bagunça que está instalada no governo e acaba na bala que furou o coração e o pulmão do seu amor. E agora furou o seu coração também. Furou o coração de uma família inteira, de uma vida inteira, de milhares de famílias. Furou o coração de milhares de amigos. Porque seu coração não bate mais igual. Seu coração perdeu a metade, seu coração bate pela metade, com uma bala no meio, Financiada pela impunidade do Brasil. Pela impunidade ao assassino do amor de uma garota de 23 anos, cujo coração bate só pela metade.
(...)
Chorando muito, olhou pros lados e lembrou que estava no show. Já não podia evitar toda aquela dor, apenas acalmá-la com um pouco de lembrança boa. Era isso que a sustentava, por fim. Pois foi ao som de Pescador de Ilusões, música que tocava quando eles se conheceram, que ela recordou o primeiro dia que viu o cara que ia mudar sua vida pra sempre: no dia 25 de novembro de 2004, às 23 horas, 45 minutos e 36 segundos, ela esbarrou em alguém que estava ali simplesmente para fazer dela a mulher mais feliz do mundo. Com a certeza inexplicável que só os grandes amores podem ter, não restou mais nada a ser dito naquele momento, diante dele (sim, era ele!) senão a frase de constatação do encontro perfeito: “ah, então é você!”.

domingo, 1 de março de 2009

Portugal

Quase certo estarmos na Europa em Abril e então Portugal está na agenda. Quando confirmado, eu aviso. Esse jantar não seria nada mal.
Salve amigos.